sexta-feira, 30 de maio de 2008

De renguear cusco.

Temperatura agora (ao meio dia e trinta e três minutos): 9°



Uma onda de ar gelado que avança sobre o Rio Grande do Sul deverá bater o recorde de frio desde o início do ano. [...]

O período mais gelado ocorrerá entre o final da madrugada de amanhã, quando a temperatura mínima pode ficar entre 0°C e -4°C na região próxima a São José dos Ausentes. Na Região Metropolitana, a mínima esperada deve variar entre 0°C e 4°C.



Será que teremos neve em Porto Alegre de novo? Enfim, é o meu Rio Grande do Sul...

segunda-feira, 26 de maio de 2008

Um verdadeiro jogador de futebol.

Segue uma matéria, retirada de uma comunidade do Orkut, sobre o ex-volante do Grêmio, o glorioso Dinho. Segundo o autor do tópico, é uma matéria do David Coimbra, no ano de 1997. É meio grande, mas vale a pena ler, para que não se esqueça como era ter um jogador que agisse como ser humano, que não se importava em ser politicamente incorreto e não agir como um robô. Digo, prostituta. Digo, profissional. Segue a matéria:




Dinho é um homem mau. Pelo menos é o que todo o Brasil pensa. E ele não faz questão de negar. Seu problema não é a imagem que fazem dele. Seu problema é que tem uma missão a cumprir. Dinho precisa parar os atacantes que conspiram para marcar gols no Grêmio. É para isso que ele está onde está. Por isso usa o número 5 às costas. Para isso, não hesita em dar um chutão rumo às nuvens sobre o Estádio Olímpico. Nem sofre com dores de consciência quando tem de pespegar a canela de um adversário com um sempre enérgico pontapé. Com a serenidade dos homens que vão para casa com o dever cumprido, Dinho explica, quase candidamente: “É o que esperam de mim”.

Dinho veio de longe, da pouco famosa Neópolis, no Sergipe. Chamam-no “Cangaceiro”. Raros conhecem seu nome. Foi batizado, há 30 anos, Edi Wilson José dos Santos. Ele não sabe bem o porquê do Edi Wilson, suspeita que sua mãe gostava do cantor da Jovem Guarda. “Mas nunca escutei uma música dele, não”, admite. Ele gosta mesmo é de ouvir os nordestinos do “Flor da Terra”, cujo lamento se espraia a partir das caixas de som da sua picape branca: Bandoleira, pistoleira, teu amor maltratou meu coração, me trucidou!


Dinho acompanha a letra cantando baixinho e, depois, comenta, sensibilizado: “A música é sobre uma vagabunda”. Nestes momentos, Dinho nem parece ser um homem mau. Porque Dinho também canta, também ri com os amigos e, um dia, se apaixonou. Foi quando ainda morava em Neópolis. Trabalhava no ginásio de esportes, varria a quadra, acendia e apagava as luzes. Uma tarde, seus olhos de samurai deram com os de uma moça que morava em frente ao ginásio. Pronto: os times que jogavam na quadra podiam estourar o horário à vontade que o encarregado estava sempre namorando. Pouco tempo depois, casou-se com Luciene. Hoje, tem dois filhos com ela. Dia desses, Luciene apareceu na TV, em uma reportagem sobre o marido. O repórter decidiu brincar com ela e perguntou: “Em campo o Dinho é brabo, mas em casa quem manda é você, não é?” Os lábios de Luciene desenharam um meio sorriso e ela ciciou, tímida: “É. Quando ele não está em casa, quem manda sou eu”.

Dinho é assim. Sempre foi assim, o Cangaceiro, o líder do time, desde seus tempos de Confiança, no Sergipe, até ir para o Sport, onde foi campeão brasileiro, em 1987, ou no São Paulo, de Telê Santana, que conquistou o mundo em 1992 e 93. Só no Santos, em 1994, Dinho não foi muito bem. Mas em seguida chegou ao Grêmio para tomar a América de assalto. É este líder que hoje volta a treinar normalmente, depois de quase três meses de afastamento. Dinho saiu do time, lesionado, em 20 de maio passado, noite da primeira partida da final da Copa do Brasil, contra o Flamengo. Passou por uma cirurgia no joelho direito e, neste período, viu o Grêmio descambar do Olimpo dos campeões para as trevas dos derrotados. Dinho planeja voltar ao time no Gre-Nal de 24 de agosto. “Se o técnico quiser”, ressalva. Deve querer. Que técnico não ia querer escalar um cangaceiro à frente da área?


Zero Hora – Sua principal característica é a marcação forte, a pegada. Sempre foi assim?

Dinho – Não. Eu comecei como meia-direita e gostava muito de driblar, armar jogadas. Adorava dar o passe para os outros fazerem gol. Centroavante que jogava comigo fazia um monte de gol. Eu era assim tipo Émerson.

ZH – Como houve a mudança?

Dinho – Em 1987, o Antônio Lopes era técnico do Sport e o volante titular, o Rogério, se machucou. Ele pediu que eu jogasse de volante e aceitei. Gostei tanto que hoje nem penso em jogar em outra posição.

ZH – Naquela época chegou a acontecer algo parecido com a briga com o Válber naquela partida entre Grêmio e Palmeiras em 1995?

Dinho – Ah, sim. Uma vez, num clássico com o Santa Cruz, o Lula, zagueiro deles, deu uma voadora no João Pedro, nosso lateral, que ainda por cima também era sergipano. Aí eu enlouqueci. Eu e o Nando, o centroavante aquele que já jogou aqui, saímos correndo atrás do Lula. Ele correu, correu, conseguiu chegar no túnel e escorregou nas escadas. Dei um soco, mas não acertei porque ele se foi pra baixo.

ZH – Você se irrita muito quando é driblado?

Dinho – Muito. Odeio ser driblado.

ZH – Que tipo de reação você tem ao ser driblado?

Dinho – Levo o drible e já olho feio pro cara. Quando ele tenta me driblar a segunda vez, já dou no meio dele.

ZH – Como aconteceu com o Sávio na primeira partida da final da Copa do Brasil?

Dinho – É. Detesto jogador como o Sávio, que fica fazendo gracinha em vez de dar o drible e seguir em frente, como o Dener fazia. Nesses eu chego mesmo.

ZH – Você sente que o Sávio tem medo de você?

Dinho – Quando chego perto dele, ele já treme.

A briga com Válber, do Palmeiras, não foi esquecida: “Da próxima vez que nos encontrarmos, vou dar uma chegadinha nele”

ZH – Todos são assim? Você fala alguma coisa para eles em campo e, se fala, sente que eles tremem?

Dinho – Falo, sim, mas não são todos que tremem. Muitos não se importam, outros respondem.

ZH – O que você fala?

Dinho – Depende, “toma cuidado”, essas coisas.

ZH – Se você jogasse no Sport, o que faria naquele lance em que o Tinga marcou o gol?

Dinho – Se eu fosse o primeiro marcador já tinha colocado o cotovelo na cara dele. Aí ele não fazia o gol. Era o que eu tinha de fazer.

ZH – Por que “era o que tinha de fazer”?

Dinho – Porque é o que a torcida espera de mim.

ZH – Muita gente fala que, se você estivesse em campo, o Grêmio não levaria 6 a 0 do Goiás. É sobre este sentimento que você se refere?

Dinho – É. Muita gente fala isso, sim. Eu até me assusto. As pessoas vêm falar comigo, perguntar quando eu vou voltar. Será que as pessoas me acham tão importante assim? Será que acham que eu ia fazer 10 gols, ganhar 10 jogos?

ZH – É que você, de certa forma, encarnou o espírito do Grêmio vencedor, não é?

Dinho – Com certeza. Até o presidente Cacalo e o seu Fábio Koff falam que eu sou a cara do Grêmio. E eu me adaptei demais ao estilo do Grêmio. Os clubes que mais gosto são o Sport e o Grêmio.

ZH – E você acha que o Grêmio realmente se sairia melhor se você estivesse em campo?

Dinho – Não sei... Talvez se saísse pior.

ZH – Onde você assistiu àquela partida?

Dinho – Na casa de um amigo. Depois do jogo, ia jantar com a minha mulher, mas desisti, de tão chateado que fiquei. Nem dormi naquela noite. Sempre que perco algum jogo perco também o sono.

ZH – Você tinha como ídolo algum jogador assim como você, de pegada?

Dinho – Não. Quem eu gostava de ver jogar era o Falcão. Uma vez até o Mário Sérgio disse que eu jogava como o Falcão, de cabeça erguida, que matava no peito. Gostei muito de ouvir aquilo.
ZH – Nos outros clubes em que jogou também diziam que você era violento?

Dinho – Só aqui no Grêmio. Acho que é porque é um time do Sul. Mas isso é da posição. Olha o Goiano, ele também dá pau e ninguém fala dele. Olha o Mancuso, o Bernardo, o Axel, todos batem e ninguém fala deles. E todos são da mesma posição.

ZH – Você diria que o volante serve exatamente para isso, para matar a jogada do adversário?

Dinho – Esta é a função do volante, mas eu também gosto de sair para o jogo.

ZH – No Grêmio há você e o Goiano na marcação, no meio, e um dos dois tem sempre que se expor ao drible.

Dinho – É isso mesmo. A gente combina: às vezes, eu dou o bote e me arrisco a levar um drible feio. Aí, ele toma a bola. Às vezes é ele quem dá o bote e eu fico na espera para tomar a bola. Mas tem que ser assim mesmo: alguém tem que se expor.

ZH – E geralmente é você quem mais se expõe.

Dinho – Por isso levo tanto cartão amarelo e vermelho.

ZH – Os juízes o perseguem?

Dinho – Alguns, sim. Alguns até me fazem advertência antes do jogo. Não posso dizer os nomes, claro.

ZH – Certamente, a confusão mais polêmica em que você se meteu foi aquela com o Válber. Como foi aquilo? Ele lhe deu um soco, não é?

Dinho – Me deu um soco no nariz. Eu tava sangrando, no chão, e os jogadores do Palmeiras cercaram o juiz, o Cláudio Cerdeira, que aceitou a pressão e me expulsou. Foi bom eu ser expulso, porque eu ia pegar o Válber de qualquer jeito. Ia mesmo. Aquilo não ia ficar assim. Como eu ia voltar pra casa, olhar pros meus filhos e dizer que tinha apanhado na rua? Ia pegar o Válber nem que fosse no inferno. Aí dei aquela voadora nele e ainda bem que não acertei, porque eu ia matar o cara. Ia matar. Aí não estaria aqui agora, dando entrevista.

ZH – Vocês se falaram depois?

Dinho – Ele pediu desculpa e eu disse que aceitei, mas foi daquele jeito, né...

ZH – Então, na próxima vez que vocês se encontrarem...

Dinho – Da próxima vez que a gente se encontrar vou dar uma chegadinha nele.

ZH – Você planeja começar a correr neste domingo e espera poder jogar já no outro final de semana. O outro final de semana é o do Gre-Nal, um jogo duro por natureza. Seria o melhor tipo de jogo para retornar depois de quase três meses parado?

Dinho – Já joguei muitos clássicos, mas nenhum com tanta rivalidade. O Gre-Nal é um jogo em que ganha quem tem mais garra, determinação, vontade. Talvez eu não esteja com todas as condições, talvez não possa jogar toda a partida. Mas o Gre-Nal é o meu tipo de jogo.

ZH – Você pretende ser técnico depois de parar de jogar?

ZH – O Adílson também quer ser técnico e é um estudioso do futebol, fica vendo fitas de jogos, lendo sobre táticas. Você também faz isso?

Dinho – Não, eu não. O Adílson fica mesmo fazendo isso. Contra o Ajax, no Japão, vivia vendo teipe dos jogos deles, falando sobre como jogavam. Eu, não. Não me importo com isso. Pra mim não tem nenhuma importância quem vai jogar, porque eu não tenho medo.









O que dizer? Simplesmente um mestre do verdadeiro futebol.

terça-feira, 20 de maio de 2008

Taxidrama.

Odeio andar de táxi. Odeio mesmo. Gosto de caminhar, devagar se não tenho pressa e estou sem nenhum compromisso, rápido se tenho pressa ou estou atrasado, o que acontece com mais frequência; olhar a paisagem, e a 'paisagem', essas coisas. Gosto de caminhar. Evito ao máximo utilizar o ônibus, mas ando quando necessário. Até prefiro uma lotação, mas acho um roubo o preço da lotação, dá quase duas cervejas! Mas os táxis, cara, eu odeio táxi.
Taxistas, na maioria das vezes, são pessoas mal educadas. Notar isso é fácil, através de seus atos no trânsito. Param em cima da faixa, passam no sinal vermelho, andam em alta velocidade, ultrapassam estando em qualquer lado. Mas ai de quem faça qualquer dessas coisas antes deles, terá até a última geração da família amaldiçoada amargamente. Mas com o cliente, são simpáticos, legais, comunicativos, pacientes, incríveis. Ou seja, são uns falsos, sem a menor vergonha na cara. E eu não suporto pessoas falsas, razas, etc.
E então, pra completar tudo isso, nas últimas duas vezes que me vi obrigado a fazer uso de um táxi, tive que sentar no banco da frente. E não é que o banco da frente, em ambos os casos, estava quase nos piscas dianteiros do carro? Sim, todo mundo acha lindo ser alto, ter perna longa e tudo o mais, mas isso é um problema em ônibus, ao menos os de Porto Alegre, e agora, em táxis. Fiquei cinco minutos prensado dentro daquele carro, com os joelhos grudados no porta-luvas. Assim é difícil, como diz o excelentíssimo Maluf, "solidariedade"! Mas, isso só prova que nem adiantaria eu querer deixar de não gostar deles, eles não se esforçam. Não comigo. E, admito, eu sou difícil de conquistar. Mas o filme que fui ver, O Melhor Amigo da Noiva, é legal até. Claro, é uma daquelas clássicas comédias românticas, como o próprio nome sugere, mas até que é legal. Recomendo, para as mulheres.




Ps.: Os posts não têm sido muito comentados, mas eu sei que a minha audiência é ótima, se não quantitativamente falando, ao menos na qualidade.

quarta-feira, 14 de maio de 2008

Lucros e dividendos.

Essas promoções de companhias de telefone móvel. Eu, como usuário, quando beneficiado, logicamente as acho fantásticas. Ótimas mesmo, estou sempre apertando minhas posses quase inexistentes para colocar créditos e mais créditos no meu celular, por que não ser beneficiado por isso de vez em quando?
Mas a coisa é que essas promoções muitas vezes são enganosas. Bom, não oficialmente enganosas, porquê logicamente explicam tudo direitinho em algum lugar com letras minúsculas; mas muitas vezes elas não têm tantos benefícios quanto aparentam. Por exemplo: a operadora da qual sou cliente está com uma promoção que, ao colocar uma quantia "x" de crédito, tu recebes seis vezes o valor "x" como bônus. Porém, ah, porém, esse bônus só pode ser usado em ligação para telefones da mesma operadora.
Ora, eu tenho asco a telefonemas, quem me conhece, sabe disso. Mas sou um enviador de mensagens compulsivo, também. Consequentemente, não seria beneficiado por essa promoção, já que não ligo pra ninguém, quase ninguém me liga e uso todos os meus créditos em mensagens SMS. Mas as minhas duas irmãs cismaram que eu tinha que me cadastrar nessa promoção, mesmo eu tendo lido que precisaria pagar uma taxa de quase doze reais para fazer a adesão. Ora, doze reais em mensagens em troca de sei lá quantos minutos de ligação que não usarei? Nada disso, fico com o que eu uso! Mas elas cismaram, e todo mundo sabe como é mulher quando cisma. Falaram que mesmo que eu não use muito ( eu não uso!), eu sairia ganhando, eu ganharia minutos e minutos de bônus. Achei até que iam me xingar, quiçá me bater por eu não concordar que eu não ganho com algo que não uso.
Mas eu não culpo elas. Porque essa é a sociedade de hoje. O importante é o lucro, é o saldo positivo no fim, não interessa se o lucro tenha sido de cinco ilustres nhonhas. É lucro, isso que importa, consumismo, lucros, ganhos. Mas eu nem sei até que ponto posso criticar isso tudo. Eu mesmo saí de casa ao meio-dia, puto da cara, achando que tava dando tudo errado, o que acho que deu pra notar pelo post anterior a esse. Mas, voltei com um MP4 novinho, um giga de capacidade de armazenamento, meu sonho de consumo há anos, antes era MP3, depois passou a ser MP4, e plim, meus problemas sumiram, as coisas pareceram começar a melhorar e, juro, acho que nesse momento o saldo do dia tá quase zerado. Mas sei lá, eu temo por isso, é cada vez mais algo sistemático, menos humano e mais maquinista, lucre, lucre, lucre. Compre, compre, compre. É exatamente como diz a música que eu tenho que aprender a tocar até sábado: "É tão simples e didático/ Perca menos, ganhe mais/ Esse é o jogo democrático/ O que a maioria quer".






Ps.: Acho que ninguém vai entender a coisa das "nhonhas". Um dia eu explico direitinho.

quinta-feira, 8 de maio de 2008

Má influência.

"Boa Noite e Boa Sorte" o nome do filme, George Clooney (sim, pasme, o garanhão aquele) o diretor. Um ótimo filme, em preto e branco, que trata essencialmente da decadência da Mídia, do Jornalismo, mais especificamente. Fala como, já na década de 50, a imprensa se importava cada vez mais com entretenimento, com diversão, alienação e cada vez menos com os fatos, com a clássica "verdade, doa a quem doer". E infelizmente, os Estados Unidos da América não foram os únicos presenteados com tal dádiva.
Sempre deixei clara minha opinião sobre a imprensa em geral, e especificamente a local, do Rio Grande do Sul. Dificilmente baseio minha opinião única e exclusivamente no que a imprensa diz por isso, por eu já ter presenciado muitos fatos que aconteceram de uma maneira "x", e foram retratados de uma maneira "a". Sim, "a", quando retratados.
Por isso eu acho muito importante ler todos os livros possíveis, de todos os assuntos possíveis, e ainda assim, arranjar tempo para viver as coisas. Porque, infelizmente, não podemos basear nossa sapiência somente naquilo que a imprensa diz hoje. Precisamos viver o momento, presenciar os fatos, buscar outras fontes de conhecimento além da imprensa.
É claro que eu não acho que são todos mentirosos e incapacitados. Existem muitos mentirosos, incapacitados e mal-intencionados, mas sempre existem as excessões da regra.
Limitando-se ao retrato dos fatos dado pela imprensa e de quem vê tudo de fora, não é possível saber dos fatos como eles são, a vida como ela é. Ficamos com uma visão superficial, com a dita "cabeça pequena' diante dos fatos. E sinceramente, já bastam para a sociedade os atuais ignorantes do jornalismo (que são os piores, pois têm acesso à informação e fazem mau uso dela) e os ignorantes que são resultado do atual sistema da gloriosa civilização, que mal têm acesso a comida, quanto a informação então, nem se fala. Mas isso já é outra história, talvez um outro post.



Ouvindo: Locomotores - Nessa Vida

sexta-feira, 2 de maio de 2008

O nosso futuro?

Então, nesse momento eu deveria estar tomando banho, pra ir no banco, depois pagar umas contas, voltar, lavar a louça, cozinhar, enfim, essas coisas que a gente tem que fazer quando não tem mais a mãe pra fazer tudo pela gente. Mas antes disso eu parei pra ver um vídeo que uma amiga falou pra eu ver e, obviamente pra quem ver o vídeo, fiquei estagnado. Comecei a pensar no contexto dessa música, aquela coisa de Woodstock, todo aquele movimento contra a guerra e tudo o mais, e voltei para o presente, pensando se ainda existirá algo parecido nos tempos atuais ou daqui a alguns anos.
Eu, pelo menos, fui criado ouvindo histórias dos meus pais dos momentos hippies deles, e depois de protesto contra as coisas erradas no país, os pais que viveram e sobreviveram à cena punk de Nova Iorque certamente contam ótimas histórias aos seus filhos sobre a revolução que causaram na sociedade, as mulheres que participaram do movimento feminista devem contar às suas filhas (sim, porque imagino que as feministas não tenham filhos, só filhas) sobre as suas lutas e conquistas, assim como há um tempo atrás os guascas que participaram da Revolução Farroupilha devem ter contado, com orgulho, para os seus bacuris as suas peripécias contra os caramurus. Mas alguém consegue pensar nos jovens dos tempos atuais, que têm dentre quinze e vinte e cinco anos, digamos, contando para os seus filhos e netos sobre algo revolucionário que fizeram na sua juventude?
Sim, porque o máximo que vão ter pra contar vai ser como revolucionaram usando maquiagem que deveria ser do outro sexo. Como revolucionaram sentados na frente da tv sem opinião alguma. Como revolucionaram comprando o celular com mais tecnologia. Como revolucionaram com o seu tênis que custou algo absurdo. Como revolucionaram os penteados, as roupas, os celulares, as poses. Eu olho pra minha geração e só vejo isso. Futilidade. Talvez eu seja muito pessimista, mas com raras exceções, que eu tive uma tremenda sorte de conhecer, eu faço parte da Geração Fútil. Mais do que nunca.
O máximo de revolucionário que vou poder contar pros meus netos parece que vai ser a revolução feita nas arquibancadas pela torcida do meu time, e mesmo que tenha sido A Revolução neste campo, nem se compara às outras. Mas quem sabe a coisa não muda, quem sabe não surgem Janis Joplins, Johns Lennons, DeeDees Ramones, Jimis Hendrixs e afins nos próximos tempos?




Ps.: Adivinhe se nesse meio tempo em que fiquei aqui, não começou a chover mais forte, para a minha tremenda sorte?