sábado, 21 de novembro de 2009
Liberdades?
Me pergunto se somos mesmo tão evoluídos. Democracia, tecnologias avançadas, liberdade de pensamento, amor e outras, será isso tudo verdade? Me parece que há quinze anos atrás éramos mais livres do que somos agora. Não sei se devo entrar no mérito de ser melhor ou não, mas parecia ser.
Também não sei até que ponto isso vai da liberdade dada e da liberdade exigida. Quantas bandas, com grande exposição na mídia, teriam a ousadia dos Raimundos nos dias de hoje? Duvido que metade de uma. Parece importar muito mais para que lado a franja vai cair ou até que parte da barriga a sua baby look vai exibir do que aquilo que devia realmente importar.
A sociedade brasileira atual é extremamente hipócrita. Todos adoram falar na beleza da liberdade de expressão conseguida com muita luta; em como estamos melhorando intelectualmente; virou moda se importar com os necessitados.
Mas ao mesmo tempo, tem que se tomar cuidado com tudo que é dito para não ser processado. A roupa que a pessoa usa pode ser agressiva para alguém. Fazer algo prático para melhorar a situação de alguém que mora na rua é perda de tempo. E, finalmente, o caso das inúmeras leis anti-fumo que borbulham por esse Brasilzão lindo. Não é o meu intuito defender os mal educados que jogam fumaça na cara das outras pessoas, cigarro no meio da rua e coisas do tipo. Mas mal educados existem em tudo que é parte e não proibimos tudo. Não proibimos bicicletas e carros nas ruas, torcedores de futebol (embora isso esteja mudando), gerentes, piás ranhentos... A solução é proibir tudo? Voltemos à ditadura então.
A sociedade brasileira precisa de uma revolução, uma verdadeira revolução, englobando todo o país e mudando muitos conceitos. Ou então não vejo muita coisa boa em sermos, no futuro, uma das maiores potências do mundo. Lá vai uma 'Nação estadunidense - O Retorno' saindo do forno, bem quentinha!
sábado, 8 de agosto de 2009
Importância
Preocupação com alguém que está indo. Não tanto por estar indo, mas pelo sofrimento que essa pessoa tá passando antes de ir. Querer que ela tenha os momentos mais agradáveis possíveis.
Poder conviver de novo com a tua mãe, o teu irmão mais novo e até conviver com o teu padrasto, já que ele é uma pessoa incrível e foge da figura tradicional de padrasto. Aproveitar cada momento dessa oportunidade, poder dar um abraço forte e um beijo sempre que possível. Sair mesmo que seja pra uma indiada do lado de uma igreja evangélica cheia de gritarias.
A falta daquele teu time do coração no começo do post citado. De ir aos seus jogos, mesmo que fosse pra ver derrotas. Ainda que fosse pra ir na Social e não na nata da sociedade. Saber o dia-a-dia dele com facilidade, e não catando informações na rede.
Não vou falar em casos amorosos, porque aí sairia outro post e que não caberia aqui para todo mundo ler. Mas a questão é que, perto dessas coisas que eu falei, no momento, o resto é mínimo; praticamente sem importância. E como poderia ter, perante a intensidade de tudo que eu citei?
Para não perder o costume, emancipate yourselves from mental slavery, none but ourselves can free our minds.
domingo, 26 de julho de 2009
Diferenças.
Por que tudo isso? Ora, esta tarde teve um belo jogo do Grêmio, naturalmente vencido pelo mesmo, e durante tal jogo eu ingeri algumas cervejinhas. Não é que a minha mãe pediu para eu enxaguar as garrafas? O quê que é isso? Não se passa água nem nada nas garrafas, não as de cerveja. Essas belas garrafas são utilizadas e gentilmente - ou não - colocadas de volta no engradado de cerveja. "Ah mas as baratas", não! As baratas não gostavam de refrigerante, mais especificamente coca cola?
Ainda sobre a cerveja, uma revelação irrelevante mas interessante sobre a minha pessoa. Eu, relativamente conhecido por apreciar uma boa cerveja, quando mais novo era decidido a não tomar cerveja. Quando era criança eu não gostava de como algumas pessoas reagiam à influencia da cerveja e prometi a mim mesmo que não beberia tal líquido.
Exemplar, devem estar pensando aqueles que desconheciam o fato de que com dezesseis anos eu não bebia cerveja, mas bebia cachaça, vodka, uísque, tequila, enfim, tudo o que não era cerveja. Irônico, han?
Passado o desabafo, comunico que, agora que vim morar em Mambucaba-Paraty-RJ, tentarei uma espécie de diário do forasteiro, escrevendo sempre que me acontecer alguma coisa com a qual não estava acostumado no meu belo Rio Grande do Sul.
Enfim, veja, beba, tente e queira.
sábado, 25 de abril de 2009
Che, que tal?
Começando o filme, achei que o mau presságio se confirmaria. O filme começou devagar, sem falar no hiato existente, para quem assistiu a Diários de Motocicleta, entre a saída de Guevara do Peru e as atividades subversivas dele no México – mas tudo bem, era quase nada, só mulher, filho, participação em um governo revolucionário e bobagens do tipo. Porém, perto dos vinte minutos de película, a história engrena. E aí, meu amigo, só vai.
É retratado o já conhecido problema do Che com a sua asma crônica. Mas surgem também novidades: a sua paixão pela revolução, a retidão com que ele age com tudo e todos, a verdadeira crença de que os fuzilamentos são totalmente justificáveis. Aparece até a famosa ironia e sarcasmo argentinos.
Dos personagens coadjuvantes, se é que é possível afirmar isso, achei a voz do Fidel fina demais para ser dele. O Raul eu achei magro e alto demais, pois sempre vi retratos dele baixinho, gordinho e com rosto semelhante ao de um rato. Aleida é simplesmente igual, sendo que até estrábica é. E, por fim, aquele que rouba a cena tanto no filme, quanto roubava em vida: Camilo Cienfuegos! Sempre que aparece, ofusca os outros com seu humor escrachado e a sua aparente despreocupação. Ao mesmo tempo, demonstra muita presença e importância para a guerrilha. Enfim, é o Cienfuegos.
Como imagino que eu tenha transparecido, fui ver o filme com mil fuzis nas mãos. Mas confesso que mesmo assim fui rendido por um ótimo filme, com boas atuações e bom ritmo, no fim das contas. Agora aguardo pelo segundo, para ver se mostrarão as coisas como foram, a desilusão do Ernesto com o Fidel e/ou regime cubano; se mostram como ele se equivocou na Argélia e na Bolívia, como foi enganado e caçado de maneira selvagem ainda na Bolívia; e, o que parece ser a única certeza para o segundo filme, o desenrolar do romance dele com Aleida March. Pelo menos, para o segundo filme, não irei tão ressabiado. Vou apenas com quinhentos fuzis.
sábado, 11 de abril de 2009
Duas garrafas de vinho, um maço de cigarros e idealismo. Baratos.
Se tu, meu amigo, achar uma guria com esses requisitos, ou com a maioria deles... Dê valor e não a deixe escapar.
Um bom feriado a todos os que o merecerem e desculpem eventuais erros, mas duas garrafas de vinho, por mais baratas que sejam, afetam reflexos e raciocínio de qualquer pessoa.
terça-feira, 31 de março de 2009
Otimismo.
Miss Universo se diverte em Guantánamo
Visitas de celebridades fazem parte de um projeto para animar os soldados que prestam serviço ao país
(puxa, os presos devem ter se divertido muito mais!)
Pato sonha em marcar
gol pelo Brasil no Beira-Rio
Torcedoras viajam 60km para encontrar Pato e Kaká
Jogadores do Milan são os preferidos pelas mulheres que frequentam o hotel da Seleção
(É pra eu sentir vergonha alheia ou só pra me irritar mesmo?)
VÍDEO: torcedor se veste de verde e amarelo e faz plantão na entrada do hotel
Noé Fernandes foi ao aeroporto no início da madrugada para tentar ver seus ídolos
(não vou me dar o trabalho, repito o comentário anterior)
VÍDEO: com que roupa
você vai ao jogo do Brasil?
(primeiro: quem vai ao jogo do Brasil ainda? segundo: quem se preocupa com que roupa vai em um jogo de futebol??? pelamor, é jogo de futebol ou aquele evento do shopping da zona nobre da cidade?)
Gabriel García Márquez não voltará a escrever, diz agente literária
No mês passado, durante a Feira do Livro de Guadalajara, escritor chegou a declarar que "escrever livros dá trabalho"
(pronto, só isso bastaria pra acabar com a noite!)
Só notícias interessantes ou boas, sensacional. Mas enfim, felicidade, minha gente! Vamos socar o Peru
domingo, 4 de janeiro de 2009
Gregório Beheregaray, 3510
Não que ela seja má. Não sempre, pelo menos. Mas ela tem uma personalidade um tanto quanto... áspera, por assim dizer. Ela tinha seus momentos de vó bondosa, fazendo um pão caseiro servido com café com leite que era incomparável. Mas ela também sempre soube ser severa. Muito severa, diga-se de passagem.
Naturalmente, de maneira alguma isso fez com que eu fosse uma criança mais comportada. Parecia ser pior, quanto mais laço de cinto eu levava, mais eu aprontava. E, juro, não era provocação! Mas, é isso que as crianças fazem, não é? Cair de árvores, levar pedradas, dar cambalhotas montando uma bicicleta emprestada, perder metade dos dentes da frente caindo de um muro; enfim, essas coisas que uma criança saudável faz.
Falo sobre tudo isso porque parece que caiu a ficha de que vivo uma nova era e sou obrigado a cair no clichê ao pensar nisso tudo. Eu era extremamente feliz e não sabia. Agora checa-se e-mail do trabalho durante a comemoração, in loco, da conquista de um título do teu time do coração. Só se ouve e lê a expressão punk em dicas de moda. Sertanejo, pagode e Ivetão, juntos, são as principais atrações do Planeta Atlântida. Bons tempos aqueles da Gregório Beheregaray, do Rivarola, de Ramones nas rádios e Raimundos no Planeta.
Incômodo
Receber a notícia de que um familiar próximo está com uma doença terminal é algo que não pode ser descrito com palavras, acredito. Pelo menos não com poucas palavras. Seria preciso um livro, talvez uma trilogia e ainda assim faltariam coisas. Mas, obviamente, tal fato traz consigo inúmeros outros fatos menores que são muito incômodos.
Uma das coisas que mais me incomoda são as visitas. Aquelas pessoas que não falam com a pessoa em questão há anos, mas ao saber da doença, resolve fazer uma inocente visita. Podem argumentar que querem dar conforto para o doente, coisas do tipo. Isso não me convence.
Acredito que não passe de um exercício para garantir o próprio bem estar futuro. Para não ficar com um peso na consciência, ao receber a notícia de que acabou o sofrimento, por não ter dado mais atenção para a pessoa enquanto ela era vívida, fazem a tal visita achando que isso melhorará tudo. A grande hipocrisia da sociedade. Ou simplesmente do ser humano.
Talvez seja mero mau humor meu, coisa de velho ranzinza, mas não consigo pensar outra coisa. Não consigo não me incomodar. Por essas e outras que prefro, na maioria das vezes, evitar as conveniências e seguir minha própria consciência. E ainda assim, não posso deixar de pensar que me irrito tanto com isso pra poder me ocupar só com esse fato menor, em vez de pensar no principal fato...