sábado, 25 de abril de 2009

Che, que tal?

Depois de duas semanas de atraso com relação a outras capitais do país, lá estava eu na estreia de Che. No som do cinema, muita música cubana; Compay Segundo, Ibrahim Ferrer, enfim, a nata musical da ilha. Em cada lado, a minha frente e atrás, acomodaram-se casais, o que achei que seria um mau presságio, pois os casais sempre inventam de fazer comentários durante os filmes, coisa que muito me irrita e me desconcentra.
Começando o filme, achei que o mau presságio se confirmaria. O filme começou devagar, sem falar no hiato existente, para quem assistiu a Diários de Motocicleta, entre a saída de Guevara do Peru e as atividades subversivas dele no México – mas tudo bem, era quase nada, só mulher, filho, participação em um governo revolucionário e bobagens do tipo. Porém, perto dos vinte minutos de película, a história engrena. E aí, meu amigo, só vai.
É retratado o já conhecido problema do Che com a sua asma crônica. Mas surgem também novidades: a sua paixão pela revolução, a retidão com que ele age com tudo e todos, a verdadeira crença de que os fuzilamentos são totalmente justificáveis. Aparece até a famosa ironia e sarcasmo argentinos.
Dos personagens coadjuvantes, se é que é possível afirmar isso, achei a voz do Fidel fina demais para ser dele. O Raul eu achei magro e alto demais, pois sempre vi retratos dele baixinho, gordinho e com rosto semelhante ao de um rato. Aleida é simplesmente igual, sendo que até estrábica é. E, por fim, aquele que rouba a cena tanto no filme, quanto roubava em vida: Camilo Cienfuegos! Sempre que aparece, ofusca os outros com seu humor escrachado e a sua aparente despreocupação. Ao mesmo tempo, demonstra muita presença e importância para a guerrilha. Enfim, é o Cienfuegos.
Como imagino que eu tenha transparecido, fui ver o filme com mil fuzis nas mãos. Mas confesso que mesmo assim fui rendido por um ótimo filme, com boas atuações e bom ritmo, no fim das contas. Agora aguardo pelo segundo, para ver se mostrarão as coisas como foram, a desilusão do Ernesto com o Fidel e/ou regime cubano; se mostram como ele se equivocou na Argélia e na Bolívia, como foi enganado e caçado de maneira selvagem ainda na Bolívia; e, o que parece ser a única certeza para o segundo filme, o desenrolar do romance dele com Aleida March. Pelo menos, para o segundo filme, não irei tão ressabiado. Vou apenas com quinhentos fuzis.

2 comentários:

Ricardo Brum disse...

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Unknown disse...

ja que tu reclamou que te visito e não te deixo nenhum incentivo sobre o texto,te digo, filho, de que a tua escrita não fica devendo nada pra muitos que se intitulam de escritores e não conseguem conectar nem duas frases com sentido em relação ao conteudo de texto.Não esmoreça, acrerdite e continue escrevendo com um pouco mais de frequencia. um abração do teu Pai.