domingo, 4 de janeiro de 2009

Gregório Beheregaray, 3510

Vez que outra, vejo uma foto, escuto uma música ou qualquer outro acontecimento aparentemente corriqueiro e me lembro da minha infância na casa da minha vó. Acho que todo mundo já ouviu a história de que guri criado pela avó vira viado. Deve ser folclore nacional, quiçá mundial. Mas as pessoas pensam isso por não terem conhecido minha avó materna, a senhora Ramona, Dona Cota pra quem trocar meia dúzia de palavras com ela.
Não que ela seja má. Não sempre, pelo menos. Mas ela tem uma personalidade um tanto quanto... áspera, por assim dizer. Ela tinha seus momentos de vó bondosa, fazendo um pão caseiro servido com café com leite que era incomparável. Mas ela também sempre soube ser severa. Muito severa, diga-se de passagem.
Naturalmente, de maneira alguma isso fez com que eu fosse uma criança mais comportada. Parecia ser pior, quanto mais laço de cinto eu levava, mais eu aprontava. E, juro, não era provocação! Mas, é isso que as crianças fazem, não é? Cair de árvores, levar pedradas, dar cambalhotas montando uma bicicleta emprestada, perder metade dos dentes da frente caindo de um muro; enfim, essas coisas que uma criança saudável faz.
Falo sobre tudo isso porque parece que caiu a ficha de que vivo uma nova era e sou obrigado a cair no clichê ao pensar nisso tudo. Eu era extremamente feliz e não sabia. Agora checa-se e-mail do trabalho durante a comemoração, in loco, da conquista de um título do teu time do coração. Só se ouve e lê a expressão punk em dicas de moda. Sertanejo, pagode e Ivetão, juntos, são as principais atrações do Planeta Atlântida. Bons tempos aqueles da Gregório Beheregaray, do Rivarola, de Ramones nas rádios e Raimundos no Planeta.

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