sexta-feira, 18 de julho de 2008

FLIP.

Por isso é brabo de criar expectativa. Nas férias desse verão, conheci a bela cidade fluminense Paraty. Bela mesmo, sem ironias. Carregada de história, louvável ou não, com bares bacanas, natureza não tão prejudicada e muito agradável, pessoas interessantes. Nessa ocasião, me falaram da FLIP, a Festa Literária Internacional de Paraty. Pelo nome, pelos comentários, esperei por algo ótimo, interessantíssimo, com muitas palestras e livros interessantes e acessíveis.
Mas, como diria a querida professora Cudi Ampola, do desenho animado Fudêncio, ponto negativo! Quando visitei a Festa no início do mês, me deparei com algo extremamente elitista. Encontrei somente um local com livros à venda. Como um bom apreciador de livros, até gostei do espaço; livros variados, apesar de não ter alguns básicos como David Coimbra, encontrava-se facilmente Fernando Pessoa, Luis Fernando Verissimo, Nelson Rodrigues, dentre outros.
O problema é que eu esperava mais. No fundo, pela propaganda, pelas opiniões, pela mídia em cima, esperava algo muito melhor do que a Feira do Livro de Porto Alegre. Mas me deparei com algo limitado. Livros, eram só os clássicos, ou lançamentos. Dificilmente encontrava-se alguma raridade ou algo um pouco mais difícil de ser encontrado. A maioria das palestras interessantes custavam uma certa quantia de dinheiro. A área de alimentação da Festa me lembrou os cafés dos ditos bairros nobres de Porto Alegre pelo seus clientes e, muito provavelmente, pelos seus preços. E, o cúmulo, cordão de isolamento para escritores passarem no meio do público "normal" da Festa.
Claro que para quem dispõe de dinheiro pra gastar com muitos livros, palestras, e essas coisas que podem ser interessantes, é algo muito bom. Nem digo que esse não é o meu caso. Mas ao mesmo tempo me indigna ver a grande maioria dos moradores de Paraty participando da FLIP quase que única e exclusivamente ao tirar proveito financeiro dos turistas que visitam a cidade. Acho até que não teria nada de errado com essa Festa, se não fosse divulgado em todos os meios que a Festa é "abrangente e de cunho social". Ora, é claramente de cunho financeiro, para as únicas três (!!!) editoras que são autorizadas a venderem seus livros ali e para os organizadores.
É por e essas outras que prefiro a Feira do Livro de Porto Alegre, com acesso irrestrito, praça de alimentação com preços acessíveis e salgados, inúmeras editoras, escritores andando tranquilamente pelas bancas e até mesmo os pedintes que às vezes, e infelizmente, surgem por lá. Podem me chamar de bairrista, ou o que for, não me importo. Que venha outubro. Que venha o meu aniversário. Que venha a nossa Feira do Livro.

4 comentários:

Juliana Palma disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Juliana Palma disse...

Aaah! Concordo plenamente contigo! Nada melhor que a NOSSA feira.. não vejo a hora de passar os dias lá, indo e vindo nas bancas, passeando pelo mercado :9 que saudaaade xD

Anônimo disse...

bienal do livro é bem assim que nem a feira daí. :D
com a diferença da praça de alimentação. não costumo frequentar, mas pelo que eu vejo, a comida boa é sempre cara e a ruim é sempre barata. :/
mas pelo menos os livros lá são mais baratos.
e só de ver tantos livros variados num lugar só.. *-*

Gislaine Brum Martinez Alves Lima disse...

FLIP cunho social? faz-me rir... cunho mercadológico! hehehe....