O filme Batman - The Dark Knight é realmente brilhante. E eu não digo pelas coisas exaustivamente já elogiadas em todos os lugares, como a atuação de Heath Ledger que de fato rouba a cena, os ótimos efeitos, fotografia e maquiagem, o bom desenvolvimento da história que permitiu que até a minha mãe achasse ótimo, enfim, todas essas coisas elogiáveis. Mas o que realmente me agradou foi a mensagem com embasamento anarquista do filme.
Claro que do diálogo entre os personagens Coringa e Duas Caras, muita gente tirou a conclusão de que o anarquismo é algo dispensável, que só gera confusão, caos e mortes e não deve ser levado a sério. Mas os realizadores do filme e talvez o próprio autor das HQ's - quanto a isso não posso afirmar nada com alguma certeza, pois infelizmente nunca me dediquei à leitura de nenhuma História em Quadrinho - conseguiram, de forma extremamente sutil, passar uma mensagem anarquista positiva.
Muita gente não sabe, mas muitos crêem no anarquismo como um estado passageiro para finalmente chegar ao ponto ideal de convívio. Só a partir do caos total e de um início realmente do zero poderíamos corrigir inúmeros erros que cometemos em um ciclo vicioso. Claro que o vilão, por ser justamente um vilão, não esperava que o caos passasse. Mas em mais de um momento, personagens aparentemente secundários deram a entender que é necessário uma piora gradativa antes de melhorar verdadeira e essencialmente. É um filme praticamente positivista!
Enfim, além de um ótimo filme para família, para cinéfilos, fãs do Batman, ainda traz algumas mensagens para reflexão. Brilhante! Vale cada centavo investido para assisti-lo, mas ainda assim temo pelo resultado de uma versão dublada futuramente apresentada em algum canal da rede aberta de televisão.
terça-feira, 29 de julho de 2008
terça-feira, 22 de julho de 2008
Quando as coisas estão saindo erradas...
Tinha um post descente em mente, em que eu citaria algumas palavras de Michelet sobre a importância do arquivista e da História, de como ela se repete e etc. Ando meio mau humorado mas resolvi escrever pra ver se isso passava, essas coisas. Mas, é claro, quando procurei no livro em que li tais palavras, não as encontrei de jeito nenhum! Aposto que daqui uns dias as encontrarei.
A partir destas palavras, ia comentar que a história normalmente se repete - tema que por sinal é abordado de maneira extraordinária no ótimo livro Cem anos de solidão, do Gabriel García Márquez - e citar alguns exemplos disso, essas coisas.
Claro, pode-se argumentar que se a pessoa quiser ela pode evitar que se repita, que cada pessoa faz o seu destino e toda essa conversinha típica de filme positivista holywoodiano. Mas na realidade isso parece estar meio fora do alcance em alguns momentos. Aquela hora que tu consegue ver que é algo que já aconteceu antes e que se deixar acontecer de novo, vai dar errado de novo, mas mesmo assim parece impossível de impedir que aconteça.
Dessa vez, não tenho nenhuma idéia mirabolante pra superar isso. Não sei mesmo. Muito menos tendo que ver a Globo falando do supervalorizado Flamengo do "Galinho" com nostalgia, o mesmo time que foi sumariamente massacrado pelo time do Grêmio que conquistou tudo na década de oitenta, sem ajudas alheias e que merecia reconhecimento da emissora antes citada por estar prestes a comemorar os 25 anos de conquista da América. Tudo bem, aí já é pedir demais, mas será que é demais esperar que eles não fizessem isso e mais, que não emendassem um comentário lamurioso porque o triatleta Robinho não vai para as Olimpíadas de Pequim? Como me preocupa a ausência dele nesse momento.
Enfim, pra não jogar uma idéia fora, vou colocar pra encerrar esse post o que eu tinha em mente pra encerrar aquele post que eu citei algumas linhas acima.
Em tempos de escândalos de todos os tipos, de homenagem da Câmara dos Vereadores a um prostíbulo, de alianças de ex-PFL com PC do B, dá pra adivinhar que esses versos são do século XIX, com relação ao estranho critério utilizado para conceder títulos de nobreza para alguns cidadãos?
A partir destas palavras, ia comentar que a história normalmente se repete - tema que por sinal é abordado de maneira extraordinária no ótimo livro Cem anos de solidão, do Gabriel García Márquez - e citar alguns exemplos disso, essas coisas.
Claro, pode-se argumentar que se a pessoa quiser ela pode evitar que se repita, que cada pessoa faz o seu destino e toda essa conversinha típica de filme positivista holywoodiano. Mas na realidade isso parece estar meio fora do alcance em alguns momentos. Aquela hora que tu consegue ver que é algo que já aconteceu antes e que se deixar acontecer de novo, vai dar errado de novo, mas mesmo assim parece impossível de impedir que aconteça.
Dessa vez, não tenho nenhuma idéia mirabolante pra superar isso. Não sei mesmo. Muito menos tendo que ver a Globo falando do supervalorizado Flamengo do "Galinho" com nostalgia, o mesmo time que foi sumariamente massacrado pelo time do Grêmio que conquistou tudo na década de oitenta, sem ajudas alheias e que merecia reconhecimento da emissora antes citada por estar prestes a comemorar os 25 anos de conquista da América. Tudo bem, aí já é pedir demais, mas será que é demais esperar que eles não fizessem isso e mais, que não emendassem um comentário lamurioso porque o triatleta Robinho não vai para as Olimpíadas de Pequim? Como me preocupa a ausência dele nesse momento.
Enfim, pra não jogar uma idéia fora, vou colocar pra encerrar esse post o que eu tinha em mente pra encerrar aquele post que eu citei algumas linhas acima.
Quem furta pouco é ladrão
Quem furta muito é barão
Quem mais furta e esconde
Passa de barão a visconde
Em tempos de escândalos de todos os tipos, de homenagem da Câmara dos Vereadores a um prostíbulo, de alianças de ex-PFL com PC do B, dá pra adivinhar que esses versos são do século XIX, com relação ao estranho critério utilizado para conceder títulos de nobreza para alguns cidadãos?
sexta-feira, 18 de julho de 2008
FLIP.
Por isso é brabo de criar expectativa. Nas férias desse verão, conheci a bela cidade fluminense Paraty. Bela mesmo, sem ironias. Carregada de história, louvável ou não, com bares bacanas, natureza não tão prejudicada e muito agradável, pessoas interessantes. Nessa ocasião, me falaram da FLIP, a Festa Literária Internacional de Paraty. Pelo nome, pelos comentários, esperei por algo ótimo, interessantíssimo, com muitas palestras e livros interessantes e acessíveis.
Mas, como diria a querida professora Cudi Ampola, do desenho animado Fudêncio, ponto negativo! Quando visitei a Festa no início do mês, me deparei com algo extremamente elitista. Encontrei somente um local com livros à venda. Como um bom apreciador de livros, até gostei do espaço; livros variados, apesar de não ter alguns básicos como David Coimbra, encontrava-se facilmente Fernando Pessoa, Luis Fernando Verissimo, Nelson Rodrigues, dentre outros.
O problema é que eu esperava mais. No fundo, pela propaganda, pelas opiniões, pela mídia em cima, esperava algo muito melhor do que a Feira do Livro de Porto Alegre. Mas me deparei com algo limitado. Livros, eram só os clássicos, ou lançamentos. Dificilmente encontrava-se alguma raridade ou algo um pouco mais difícil de ser encontrado. A maioria das palestras interessantes custavam uma certa quantia de dinheiro. A área de alimentação da Festa me lembrou os cafés dos ditos bairros nobres de Porto Alegre pelo seus clientes e, muito provavelmente, pelos seus preços. E, o cúmulo, cordão de isolamento para escritores passarem no meio do público "normal" da Festa.
Claro que para quem dispõe de dinheiro pra gastar com muitos livros, palestras, e essas coisas que podem ser interessantes, é algo muito bom. Nem digo que esse não é o meu caso. Mas ao mesmo tempo me indigna ver a grande maioria dos moradores de Paraty participando da FLIP quase que única e exclusivamente ao tirar proveito financeiro dos turistas que visitam a cidade. Acho até que não teria nada de errado com essa Festa, se não fosse divulgado em todos os meios que a Festa é "abrangente e de cunho social". Ora, é claramente de cunho financeiro, para as únicas três (!!!) editoras que são autorizadas a venderem seus livros ali e para os organizadores.
É por e essas outras que prefiro a Feira do Livro de Porto Alegre, com acesso irrestrito, praça de alimentação com preços acessíveis e salgados, inúmeras editoras, escritores andando tranquilamente pelas bancas e até mesmo os pedintes que às vezes, e infelizmente, surgem por lá. Podem me chamar de bairrista, ou o que for, não me importo. Que venha outubro. Que venha o meu aniversário. Que venha a nossa Feira do Livro.
Mas, como diria a querida professora Cudi Ampola, do desenho animado Fudêncio, ponto negativo! Quando visitei a Festa no início do mês, me deparei com algo extremamente elitista. Encontrei somente um local com livros à venda. Como um bom apreciador de livros, até gostei do espaço; livros variados, apesar de não ter alguns básicos como David Coimbra, encontrava-se facilmente Fernando Pessoa, Luis Fernando Verissimo, Nelson Rodrigues, dentre outros.
O problema é que eu esperava mais. No fundo, pela propaganda, pelas opiniões, pela mídia em cima, esperava algo muito melhor do que a Feira do Livro de Porto Alegre. Mas me deparei com algo limitado. Livros, eram só os clássicos, ou lançamentos. Dificilmente encontrava-se alguma raridade ou algo um pouco mais difícil de ser encontrado. A maioria das palestras interessantes custavam uma certa quantia de dinheiro. A área de alimentação da Festa me lembrou os cafés dos ditos bairros nobres de Porto Alegre pelo seus clientes e, muito provavelmente, pelos seus preços. E, o cúmulo, cordão de isolamento para escritores passarem no meio do público "normal" da Festa.
Claro que para quem dispõe de dinheiro pra gastar com muitos livros, palestras, e essas coisas que podem ser interessantes, é algo muito bom. Nem digo que esse não é o meu caso. Mas ao mesmo tempo me indigna ver a grande maioria dos moradores de Paraty participando da FLIP quase que única e exclusivamente ao tirar proveito financeiro dos turistas que visitam a cidade. Acho até que não teria nada de errado com essa Festa, se não fosse divulgado em todos os meios que a Festa é "abrangente e de cunho social". Ora, é claramente de cunho financeiro, para as únicas três (!!!) editoras que são autorizadas a venderem seus livros ali e para os organizadores.
É por e essas outras que prefiro a Feira do Livro de Porto Alegre, com acesso irrestrito, praça de alimentação com preços acessíveis e salgados, inúmeras editoras, escritores andando tranquilamente pelas bancas e até mesmo os pedintes que às vezes, e infelizmente, surgem por lá. Podem me chamar de bairrista, ou o que for, não me importo. Que venha outubro. Que venha o meu aniversário. Que venha a nossa Feira do Livro.
sábado, 5 de julho de 2008
Dor de verdade?
Realmente, me arrisco a cair no clichê. Quem me conhece, sabe que se tem coisa que eu evito ao máximo, é um clichê. Mesmo que seja um daqueles clichês relativamente agradáveis, eu evito. Não gosto, de repente é uma coisa ainda de adolescente, de querer ser único e diferente de todos. O que é algo muito contraditório, pra quem gosta de manter as tradições. Mas, eu falava da dor de verdade.
Nesses meus alguns anos de vida, já senti algumas dores... Muitas físicas, dentre as piores, a de queimar um braço ao explodir uma garrafa de álcool na própria mão e a de quebrar os dois dentes da frente. Sim, eu era/sou um anjo e sim, eu já senti algumas dores consideráveis. Mas acho que realmente, por mais que eu tenha procurado de todas as formas negar aquela música do brahmeiro, a saudade é a pior dor.
E aí me refiro a todas as saudades. A saudade dos meus tempos de infância, de correr com uma gurizada pela rua atrás de uma bola velha e murcha; de subir em árvores, pegar frutinhas desconhecidas nelas e até mesmo cair das mesmas.
Saudade das pessoas que estão longe. De ter aquelas conversas cotidianas com essas pessoas, de incomodar as mesmas nos momentos mais imprórios, de discursar sobre como eu seria capaz de mudar o mundo com as minhas idéias inovadoras. E, o melhor, ver que elas realmente acreditam.
Tem ainda aquela falta das pessoas que estão longe, mas não vão voltar. Talvez uma das piores saudades, porque junto a essa, em alguns casos, vem junto a saudade da infância, a saudade de quem está longe, todas as lembranças boas e ruins; mas, o pior, saber que não vai poder voltar atrás pra desfazer todos os erros que cometeu com quem não volta mais, nessa vida.
Agora, eu tenho saudade também da minha adolescência. Tudo bem, talvez eu ainda seja meio adolescente, mas não é mais aquela coisa do ensino médio, em que a minha vida se resumia a esperar ansiosamente pelo próximo fim de semana, imaginando qual seria o novo lugar e as novas formas que a gurizada e eu encontraríamos para nos divertir, conseguirmos encher a cara satisfatoriamente e essas coisas.
E agora, pensando nisso tudo, acho que em todos esses momentos reinou um sentimento: confusão. Sempre fui muito confuso, instável. Mas ainda assim, no fundo, tenho um palpite de que uma hora encontrarei um algo ou alguém que vai me ajudar a ter mais certeza das coisas. Ou talvez não seja exatamente isso, às vezes penso que é só o caso de me acalmar mesmo. Quem sabe...
Post-scriptum: Acho que esse post não tem lá uma qualidade muito grande, mas foi mais pra organizar meus pensamentos do que qualquer outra coisa.
Nesses meus alguns anos de vida, já senti algumas dores... Muitas físicas, dentre as piores, a de queimar um braço ao explodir uma garrafa de álcool na própria mão e a de quebrar os dois dentes da frente. Sim, eu era/sou um anjo e sim, eu já senti algumas dores consideráveis. Mas acho que realmente, por mais que eu tenha procurado de todas as formas negar aquela música do brahmeiro, a saudade é a pior dor.
E aí me refiro a todas as saudades. A saudade dos meus tempos de infância, de correr com uma gurizada pela rua atrás de uma bola velha e murcha; de subir em árvores, pegar frutinhas desconhecidas nelas e até mesmo cair das mesmas.
Saudade das pessoas que estão longe. De ter aquelas conversas cotidianas com essas pessoas, de incomodar as mesmas nos momentos mais imprórios, de discursar sobre como eu seria capaz de mudar o mundo com as minhas idéias inovadoras. E, o melhor, ver que elas realmente acreditam.
Tem ainda aquela falta das pessoas que estão longe, mas não vão voltar. Talvez uma das piores saudades, porque junto a essa, em alguns casos, vem junto a saudade da infância, a saudade de quem está longe, todas as lembranças boas e ruins; mas, o pior, saber que não vai poder voltar atrás pra desfazer todos os erros que cometeu com quem não volta mais, nessa vida.
Agora, eu tenho saudade também da minha adolescência. Tudo bem, talvez eu ainda seja meio adolescente, mas não é mais aquela coisa do ensino médio, em que a minha vida se resumia a esperar ansiosamente pelo próximo fim de semana, imaginando qual seria o novo lugar e as novas formas que a gurizada e eu encontraríamos para nos divertir, conseguirmos encher a cara satisfatoriamente e essas coisas.
E agora, pensando nisso tudo, acho que em todos esses momentos reinou um sentimento: confusão. Sempre fui muito confuso, instável. Mas ainda assim, no fundo, tenho um palpite de que uma hora encontrarei um algo ou alguém que vai me ajudar a ter mais certeza das coisas. Ou talvez não seja exatamente isso, às vezes penso que é só o caso de me acalmar mesmo. Quem sabe...
Post-scriptum: Acho que esse post não tem lá uma qualidade muito grande, mas foi mais pra organizar meus pensamentos do que qualquer outra coisa.
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